"...aprendi que aprender é conscientizar-se e que o desenvolvimento de nossa consciência social é o acréscimo de esperanças angustiantes, que o prazer do aprendizado se mescla com a dureza de uma realidade social triste e desesperada que se incorpora e constroi a consciência do mundo e da vida..." ( Ex-Senador Lauro Campos)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Refletindo o Mundo - O Poder destruidor do Capitalismo e seus produtos destrutivos.



Muitas Noticias me incomodam, umas mais que outras.
Essa do Jornal Nacional que esteve no ar dia 22 de Maio de 2012Empresa americana lança primeiro foguete rumo à Estação Espacial Internacional e fico cá com meus botões... Que contribuição social esse tipo de investimento proporciona a sociedade? Quantos bilhões investidos no espaço!? Bilhões esses que seria muito bem aceitos nos programas de combate a pobreza e a miséria mundial. Os Astronautas que me desculpem mais é estarrecedor querer diminuir a distancia Terra-Espaço, querer saber o que se passa no espaço sideral se nem ao menos conseguimos diminuir as nossas distâncias sociais.


E a do dia 23 de Maio de 2012 “Irã e potencias mundiais discutem programa nuclear” Segundo a reportagem o programa se encontra em estagio avançado com capacidade para a produção de armamento bélico e o Irã insiste em relatar que o programa tem fins pacíficos. Como pensar na fabricação de armamento bélico para fins pacíficos? Sabemos ha muito nas entrelinhas dessa iniciativa, será para o futuro um poder de barganha por parte do Irã? Não sei. Apenas questiono mais uma vez, o que a Sociedade/Mundo ganha com essas produções destrutivas?

Essas reportagens me fizeram relembrar, repensar e reler uma parte do escrito (discurso) do Ex- Senador Lauro Campos de 03/08/2000. Sobre não meios de produção, produtos destrutivos.  
Continuo meu pronunciamento, mesmo sabendo que não terei tempo nem para começar a falar. Os economistas neoliberais definem um bem econômico como sendo algo útil, escasso e disponível. Alguns chamam de mercadoria, eles chamam de bem econômico. E ao total de bens e serviços produzidos numa economia nacional durante um ano chamam de PIB, o Produto Interno Bruto do País. Pois bem, útil a produção bélica não é, útil não é a produção espacial, que tira fotografias bonitas, ou fotografias do planeta Azul ou Marte ou de uma outra perspectiva sideral qualquer, que custam à coletividade mundial às vezes duzentos milhões de dólares. Foi isso que essa humanidade gastou, essa humanidade que sofre, que paralisou o emprego de quase 1 bilhão de seres humanos, que matou, só nas duas Guerras Mundiais – houve 344 guerras entre 1740  e 1974  - 85 milhões de seres humanos. Foram bens que se somaram ao PIB dos países produtores desses produtos bélicos, desses produtos destrutivos. Será que a humanidade não consegue uma organização social, econômica e política que permita aos homens empregar o seu trabalho, a sua inquietude, transformar a sua energia e a sua inteligência em algo que sirva, que não seja uma bomba, que não seja uma arma, que não seja um instrumento de destruição e de paralisação do próximo?
QUE FIQUE A REFLEXÃO E VENHA A CONTRIBUIÇÃO!




segunda-feira, 21 de maio de 2012

ENSAIANDO CONCEITOS


CONCEITO DE ALIENAÇÃO

          Etimologicamente a palavra alienação vem do latim alienare, alienus, que significa “que pertence a um outro”.  Assim, alienar é tornar alheio, transferir para outrem o que é seu.

Para Karl Marx, a origem da alienação está na divisão social do trabalho, que faz com que o produto do trabalho humano deixe de pertencer ao trabalhador e passe a pertencer a outrem.

FETICHISMO DA MERCADORIA E REIFICAÇÃO DO TRABALHADOR

          O fetichismo é o processo pelo qual a mercadoria, ser inanimado, é considerada como se tivesse vida, fazendo com que os valores de troca se tornem superiores aos valores de uso e determinem as relações entre os homens, e não vice-versa. A mercadoria adquire valor superior ao homem, pois privilegiam-se as relações materiais entre pessoas. Em consequência, a humanização da mercadoria leva à desumanização do homem, à sua coisificação, à reificação (do latim res, coisa), sendo o próprio homem transformado em mercadoria.

O CONCEITO DE TRABALHO EM KARL MARX

Para Marx, o trabalho é sempre uma atividade consciente e livre.

Diferentemente dos animais que realizam uma atividade meramente instintiva, visando a manutenção de sua existência física, o ser humano somente trabalho quando tem sua existência física garantida, ou seja, quando tem suas necessidades biológicas satisfeitas.  Assim, por meio do trabalho, o ser humano objetifica (concretiza) sua consciência subjetiva. 

TRABALHO PARA MARX É:           

·         Atividade consciente e livre

·         Não visa a satisfação de  necessidades físicas;

·         É a exteriorização das necessidades espirituais do  humano;

·         O ser humano objetifica a sua consciência;

·          o ser humano transforma a natureza e também se  transforma;

·          a criação do mundo da  cultura.

Para Marx, o trabalho humano não tem como objetivo a manutenção da vida física. O ser humano deve ter assegurada sua sobrevivência material para poder trabalhar livre e conscientemente.


No Capitalismo, para o homem suprir suas necessidades materias precisa trabalhar, e esse trabalho por necessidade configura-se Alienado (trabalho alienado), dessa forma as necessidades materiais devem ser asseguradas para que o ser humano possa realmente trabalhar de forma livre e consciente. Trabalho no capitalismo é trabalho forçado.


sábado, 19 de maio de 2012

Entrevista: o marxismo hoje

Alguns pontos que achei importantes da Entrevista " O Marxismo Hoje" com István Mészáros.
Sobre a distinção entre Capital e Capitalismo, a importancia da classe operaria e sua luta.
 
Em entrevista para a Montly Review, em 93, István Mészáros falou sobre os conceitos presentes em seu livro Para além do capital: rumo a uma teoria da transição, na época, ainda em fase de publicação. Acompanhe a tradução publicada  na revista Crítica Marxista. (Rodrigo Choinski)

Em textos recentes sobre a transformação socialista, o senhor introduziu uma importante distinção entre capital e capitalismo. Poderia explicar essa distinção e seu significado para a luta socialista?

MÉSZÁROS: Bem, na verdade tal distinção remonta ao próprio Marx. Eu salientei inúmeras vezes que Marx não intitulou sua principal obra O capitalismo, e sim O capital e também anotei que o subtítulo do volume I foi mal traduzido, sob a supervisão de Engels, como "o processo de produção capitalista", quando, de fato, é "o processo de produção do capital", o que tem um sentido radicalmente diverso. O que importa aqui, sem dúvida, é que o objetivo, o alvo da transformação socialista é superar o poder do capital. O capitalismo é um objetivo relativamente fácil nesse empreendimento, pois você pode, num certo sentido, abolir o capitalismo por meio do levante revolucionário e da intervenção no plano da política, pela expropriação do capitalista. Ao fazê-lo, você colocou um fim no capitalismo, mas nem sequer tocou no poder do capital. O capital não depende do poder do capitalismo e isso é importante também no sentido de que o capital precede o capitalismo em milhares de anos. O capital pode sobreviver ao capitalismo, é de esperar que não por milhares de anos, mas quando o capitalismo é derrubado numa área limitada, o poder do capital continua, mesmo que numa forma híbrida.

A União Soviética não era capitalista, nem mesmo capitalista de Estado. Mas o sistema soviético era bastante dominado pelo poder do capital: a divisão de trabalho permaneceu intacta, a estrutura hierárquica de comando do capital subsistiu. O capital é um sistema de comando cujo modo de funcionamento é orientado para a acumulação, e esta pode ser assegurada de muitas formas diferentes. Na União Soviética, o trabalho excedente era extraído de forma política e foi isso o que entrou em crise nos anos recentes. A extração politicamente regulada de trabalho excedente tornou-se insustentável por uma variedade de razões. O controle político da força de trabalho não é o que se poderia considerar uma forma ótima ou ideal de controlar o processo de trabalho. Sob o capitalismo, no Ocidente, o que temos é uma extração economicamente regulada de trabalho excedente e de valor excedente. No sistema soviético isso era feito de um modo bastante impróprio, quando a ótica é a da produtividade, porque o trabalho retinha um imenso poder, na forma de atos negativos, desafio, sabotagem, dupla jornada etc., diante do qual não se podia sequer sonhar em atingir o tipo de produtividade viável em outros lugares e que minava a raison d’être desse sistema sob Stalin e seus sucessores - a acumulação politicamente imposta. Sua parte de acumulação ficou paralisada e, por isso, todo o sistema entrou em colapso. Publiquei na Itália um longo ensaio, na primavera de 1982, no qual afirmei explicitamente que, enquanto as antigas políticas dos EUA para a regressão político-militar do socialismo de tipo soviético não pareciam passíveis de sucesso, o que estava ocorrendo na Europa oriental podia levar à restauração do capitalismo. Pela mesma razão, eu também considerava a idéia de socialismo de mercado uma contradição nos próprios termos, porque pretenderia, numa concepção esperançosa, unir as duas modalidades: a extração econômica com a extração politicamente regulada de trabalho excedente - daí porque seria sempre um ponto de partida impossível.

É absolutamente crucial reconhecer que o capital é um sistema metabólico, um sistema metabólico sócio-econômico de controle. Você pode derrotar o capitalista, mas o sistema fabril permanece, a divisão de trabalho permanece, nada mudou nas funções metabólicas da sociedade.Com efeito, cedo ou tarde, você perceberá a necessidade de reatribuir essas formas de controle a personalidades, e é assim que a burocracia tem origem. A burocracia é uma função dessa estrutura de comando sob as circunstâncias alteradas onde, na ausência do capitalista privado, você tem que achar um equivalente para esse controle. Considero essa conclusão muito importante, porque com muita freqüência a noção de burocracia é apresentada como uma espécie de quadro explanatório mítico, quando não explica nada. A própria burocracia precisa de explicação. Como surge essa burocracia? Quando você a utiliza como uma espécie de deus ex machina que tudo explica em termos de burocracia, se você se livrar dela então tudo estará resolvido. Mas você não se livra da burocracia, a menos que ataque os alicerces sócio-econômicos e vislumbre um modo alternativo de regular o processo metabólico da sociedade, de tal forma que o poder do capital seja, de início, limitado para, ao final, ser certamente eliminado. O capital é uma força controladora, você não pode controlar o capital, você somente pode se livrar dele por meio da transformação de todo o complexo de relações metabólicas da sociedade - é impossível enganá-lo. Ou ele o controla ou você se livra dele, não há solução intermediária, e é por isso que a idéia de socialismo de mercado não poderia concebivelmente funcionar, desde o princípio. O que realmente se necessita não é a restauração do mercado capitalista, sob o apelido de um mercado social totalmente fictício, mas a adoção de um sistema adequado de incentivos. Não há sistema de produção social que possa funcionar sem eles - e com que pessoas devemos relacioná-los? Não entidades coletivas abstratas, mas indivíduos. Se as pessoas como indivíduos não estão interessadas, não se envolvem com o processo de produção, com a regulação do processo metabólico social, então, cedo ou tarde, elas assumem uma atitude negativa ou mesmo ativamente hostil diante dele.
O senhor fala em desafiar o capital e me pergunto se poderia dizer um pouco mais sobre as implicações práticas, as implicações para a luta socialista, de sua distinção entre capital e capitalismo.
MÉSZÁROS: Antes de tudo, a estratégia a considerar tem que ser definida nesses termos. Os socialistas não podem continuar com a ilusão de que tudo se resume a abolir o capitalismo privado - porque o problema real permanece. Enfrentamos realmente uma profunda crise histórica. O processo de expansão do capital, abrangendo o próprio globo, foi mais ou menos realizado. O que presenciamos nas últimas décadas foi a crise estrutural do capital. Eu sempre defendi que há uma grande diferença da época em que Marx falava da crise como algo que se desencadeia na forma de grandes tempestades. Hoje ela não tem que assumir essa forma. O que caracteriza a crise de nosso tempo são as precipitações de variada intensidade, tendentes a um continuum depressivo. Recentemente começamos a falar de uma recessão de mergulho duplo (double dip), logo falaremos de uma recessão de mergulho triplo. O que estou dizendo é que essa tendência para um continuum depressivo, em que uma recessão se segue a outra, não é uma condição que pode ser mantida indefinidamente, porque ao final ela reativa violentamente as explosivas contradições internas do capital e existem também certos limites absolutos a considerar nesse aspecto.
É bom lembrar que estou falando da crise estrutural do capital, que é um problema tão sério quanto a crise do capitalismo, pois uma forma de se livrar da crise do capitalismo, em princípio, era a regulação estatal da economia - e, em alguns aspectos, no horizonte externo do sistema capitalista ocidental você pode considerar sua possibilidade. O capitalismo estatal pode surgir quando o sistema capitalista ocidental enfrenta problemas profundos, mas eu diria de novo que esta não é uma solução viável a longo prazo, porque os mesmos tipos de contradições são reativados, notadamente a contradição entre a extração política e a econômica do trabalho excedente. E não estou falando de fictícios eventos futuros. Basta pensar no fascismo, no sistema nazista que tentou esse tipo de regulação corporativa estatal do sistema, a fim de sair da crise do capitalismo alemão naquele momento preciso da história. Portanto, o que estamos considerando aqui é que todas essas formas de deslocar temporariamente as contradições internas do capital estão se esgotando. O mundo todo é muito inseguro. A maioria avassaladora da humanidade vive nas condições mais abomináveis. O que aconteceu com a modernização desses países? Ela assumiu a forma de roubo, subtração e recusa insensata em considerar mesmo as implicações para a sobrevivência da humanidade - o modo como esses territórios e sua população foram tratados -, que tudo foi completamente solapado, e hoje você tem uma situação na qual ninguém acredita mais na modernização do chamado "Terceiro Mundo". E é por isso que esse continuum depressivo é, a longo termo, uma situação insustentável e, por essa razão, uma transformação social deve ser viável. Mas não o é por meio da revitalização do capital. Só pode ser efetuada com base em um afastamento radical da lógica desse insensato e destrutivo controle orientado para a acumulação.
Essa crise imensa a que me refiro viu não apenas a virtual extinção dos partidos comunistas, dos partidos da Terceira Internacional, mas também a extinção dos partidos da Segunda Internacional. Por quase cem anos, aqueles que acreditavam nas virtudes da reforma e do socialismo evolucionista falavam da transformação da sociedade que conduz às relações socialistas da humanidade. Tudo isso foi descartado, mesmo em termos de seus próprios programas e perspectivas. Vimos recentemente que os partidos socialistas da Segunda Internacional, e seus vários associados, sofreram derrotas e reveses avassaladores em cada país particular: na França, na Itália, na Alemanha, na Bélgica e nos países escandinavos e agora há pouco também na Inglaterra, a quarta derrota consecutiva do Partido Trabalhista. Foi bastante apropriado que essa derrota em série, em todos esses países, coincidisse com a abertura festiva da Euro Disney, porque o que esses partidos adotaram nesse período histórico, em sua resposta à crise, foi uma espécie de socialismo Mickey Mouse, e este é totalmente incapaz de intervir no processo social. Eis por que não é acidental que esses partidos adotem a sabedoria do capital como sistema insubstituível. O líder do Partido Trabalhista chegou a declarar que a tarefa dos socialistas é o melhor gerenciamento do capitalismo. Atualmente essa espécie de grotesca insensatez é ela mesma uma contradição. É uma contradição nos próprios termos porque é extremamente presunçoso pensar que o sistema capitalista funcionaria melhor com um governo trabalhista. Os problemas continuam a se tomar mais graves e o sistema político é incapaz de responder, porque opera sob os cada vez mais estritos constrangimentos do capital. O próprio capital não deixa mais nenhuma margem de manobra. A margem que antes existia para os movimentos políticos e as forças parlamentares era incomparavelmente maior no século XIX ou nas três primeiras décadas do século XX. A Grã Bretanha já é parte da Europa e não há meio de reverter esse processo, no sentido de que a pequena Inglaterra será capaz de resolver tais problemas.
Mas isso também levanta imediatamente a questão: como nos relacionamos com o resto do mundo diante do que aconteceu no Leste, na União Soviética? Um novo problema fundamental surgiu no horizonte. No caso da Rússia, li recentemente que, além dos 25 bilhões de dólares prometidos pelo Ocidente, ela precisará somente este ano de outros 20 bilhões. Onde vamos achar os bilhões de dólares de que a Rússia necessitará quando o débito americano é ele próprio astronômico? Os problemas deste mundo estão se tomando tão entrelaçados, tão mesclados uns com os outros, que não se pode pensar numa solução parcial para eles. São necessárias mudanças estruturais fundamentais. As duas décadas e meia de expansão depois da Segunda Guerra Mundial foram seguidas por um mal-estar cada vez maior, o colapso de estratégias antes acalentadas, o fim do keynesianismo, o aparecimento do monetarismo etc., e todos eles levando a nada. Quando pessoas autocomplacentes como John Major dizem que o socialismo está morto e o capitalismo funciona, devemos perguntar: o capitalismo funciona para quem e por quanto tempo? Li recentemente que os diretores da Merrill Lynch receberam, um 16,5 milhões de dólares, outro 14 milhões e outros dez ou quinze deles, 5,5 milhões cada um, como remuneração anual. Funciona muito bem para eles, mas como funciona para os povos da África, onde você os vê todo dia, na tela da TV? Ou em vastas áreas da América Latina, ou na Índia, ou no Paquistão, ou em Bangladesh? Eu poderia continuar enumerando os países onde falamos de centenas de milhões de pessoas que mal podem sobreviver.
Em sua visão, o agente da mudança nessa situação, o sujeito revolucionário, é ainda a classe operária?
MÉSZÁROS: Sem dúvida, não pode haver outro. Lembro-me que houve uma época em que Herbert Marcuse sonhava com novos agentes sociais, os intelectuais e os marginalizados, mas nenhum deles foi capaz de implementar a mudança. Os intelectuais podem desempenhar papel importante na definição de estratégias, mas é impossível que os marginalizados sejam a força a implementar essa mudança. A única força capaz de introduzir a mudança e fazê-la funcionar são os produtores da sociedade, que têm as potencialidades e as energias reprimidas por meio das quais todos esses problemas e contradições podem ser resolvidos. O único agente capaz de alterar essa situação: que pode fazer valer sua força, encontrando satisfação nesse processo, é a classe operária.
Entrevista na Integra localizada no site abaixo:
Fonte: Revista Crítica Marxista nº27 - Tradução de João Roberto Martins Filho - disponível no endereço http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/cm_2.7.pdf